Filomena, o nevão histórico em Madrid

 La Filomena y la Burrasca 

Desde o Natal que éramos diariamente avisados para a possibilidade de neve em #Madrid, algo que não acontecia desde 2010. 

Não nevou no Natal. Nem no Ano Novo.

O nevão (burrasca) chegou pelos Reis acompanhado pela Filomena!

 


Há dias que estava muito frio, mas mesmo muito frio para o que é habitual em Madrid. Na quinta-feira, 7 de janeiro, por volta do meio-dia, a #Filomena chegou de mansinho. Foi meiguinha, levou-nos o frio e parecia apreciar o nosso delírio com a #neve. Dava gosto estar na rua e brincar como se estivéssemos na Lapónia a desejar a todos Feliz Natal!

Na quinta-feira, a Filomena chateou-se, fartou-se da brincadeira e... passou-se! Deve ter pensado que se esta gente não ficava em casa a resguardar-se do COVID a bem, ficava a mal! E vai de nevar, e mais nevar. Nevar sem parar!  

 

Esta foi o maior nevão dos últimos 61 anos, em Madrid. Os meteorologistas previam neve até 25 cm, mas em muitos sítios chegou a meio metro. Por toda a cidade, há imensas árvores caídas devido ao peso acumulado da neve

Apesar do caos reinante e das dificuldades, o bom humor não faltou!

Durante mais de 30 horas, Madrid foi enchendo-se de neve... Apesar das advertências, as famílias e amigos saíram à rua para se divertirem e o impensável aconteceu: as ruas onde antes havia tanto trânsito estavam agora cobertas de um manto branco e invadidas de bonecos de neve, pranchas de snowboard, bastões e trenós! 

O nevão tomava conta de Madrid!


 

Umas escadas que se transformaram em escorrega


Um dos muitos bonecos de neve espalhados pela cidade


Boneco de neve (9 de janeiro)

O mesmo boneco de neve (10 de janeiro)

 
A minha vista desde casa

Pranchas de snowboard, ski, bastões, trenós...


A Filomena meteu Espanha de pés para o ar

Em toda Espanha, estiveram cortadas 719 estradas (107 estradas secundárias). Às 14h00 de sábado, 9 de janeiro, os serviços de emergência já tinham resgatado mais de mil pessoas na Comunidad de Madrid

As estradas tornaram-se uma ratoeira e as ruas umas pistas de patinagem pouco artística mas digna de engenho por parte dos condutores. Segundo noticiaram, nas estradas de Madrid, houve condutores que passaram mais de 14 horas fechados nos carros (alguns para uma distância de 10 minutos). Muitos voltavam para casa quando o nevão os apanhou em cheio. O Governo habilitou vários sítios como refúgio para as pessoas que ficaram presas na estrada, principalmente, camionistas. 

M40. Impressionante.

M11. Estrada para o aeroporto de Barajas.
 

O transporte público não funciona desde quinta-feira ao início da noite, salvo o metro e só algumas linhas. O grande desafio é chegar às estações, uma verdadeira odisseia! 

O aeroporto esteve em funcionamento até sexta-feira por volta das 23h00 e parece que volta ao ativo hoje (domingo) à tarde. Houve pessoas que estiveram 8 horas num avião para voltar ao terminal sem terem levantado voo. O avião que levava a equipa do Real Madrid a Pamplona para jogar contra Osasuna foi o único que levantou voo 4 horas depois da hora marcada. No aeroporto, mesmo antes de cancelarem todos os voos, já estavam ali centenas de pessoas presas porque com as estradas cortadas não dava para entrar nem sair dali.

A grande maior parte das lojas estão fechadas, até o El Corte Inglés! No sábado, quando fomos ao Mercadona verificámos que as prateleiras estavam vazias e o altifalante anunciava que o supermercado fechava às 15 horas. Claro, com o nevão que havia não houve distribuição de alimentos ou outros bens. Era impossível circular por Madrid. Apenas se limpavam as estradas com acesso a hospitais. 

Mercadona do bairro de Hortaleza ontem às 13h30

O Governo de Madrid decretou que na segunda e terça-feira não haverá aulas na Comunidad

A cêntrica e buliçosa rua de Fuencarral, mesmo no coração de Madrid, não escapou ao mau-humor da Filomena. Vê o vídeo abaixo:

Martínez-Almeida, Presidente da Câmara de Madrid: "Hoje em Madrid tivemos um tsunami de neve".

Depois do nevão, voltar à normalidade

No sábado, por volta das 18h00, deixou de nevar em Madrid. A Filomena decidiu espalhar mais caos no norte... e hoje à tarde já se vai embora da península Ibérica. 

É tanta a neve acumulada que já nos informaram que vai demorar dias para que nos livremos das placas de gelo, avisaram-nos para termos atenção aos riscos associados e pediram-nos ajuda para limpar a neve acumulada nas varandas e nas portas dos nossos prédios, porque a temperatura vai descer a pique, tornar-se-á gelo e ao cair na rua é um perigo para quem passa. Imaginem, 10 cm de gelo que se desprenda de um telhado corresponde a 100 litros de água em cima da cabeça de alguém.

Início da limpeza da entrada do prédio a que se juntaram vários vizinhos (11 de janeiro)

Um perigo, nada de andar encostado às paredes. Se todos colaborarmos custa menos e mais cedo voltamos à "normalidade"!

Entrega de sal à população: 3 kg por apartamento/ dia 




A espessura desta capa de neve media 17 cm

Por certo, se tiverem gelo no carro não usem água quente porque o vidro pode estalar. É melhor usar 3 partes de água e uma de vinagre, isto descongela bem.

O dia 9 de janeiro de 2021 ficará para sempre na memória dos madrilenos! 

Nos livros de história de Madrid constará que no meio de uma terceira vaga de uma terrível pandemia, um nevão paralisou toda a cidade. 

Aqui tens mais fotos dos efeitos da tempestade Filomena. Em breve, subo um vídeo que estou a preparar ;-)


O conteúdo deste artigo baseia-se na minha experiência e preferências pessoais.

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